Empresa incentivada pelo Governo abre novos postos de trabalho em Sergipe.

Pela primeira vez na vida, aos 33 anos de idade, o lavrador José Osvaldo dos Santos tem o orgulho de mostrar sua carteira de trabalho assinada. Natural de Nossa Senhora das Dores, na região Leste de Sergipe, ele foi um dos 1.380 trabalhadores contratados para trabalhar na Agroindustrial Campo Lindo. O empreendimento genuinamente sergipano é uma das empresas incentivadas pelo governo do Estado, através do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI) e abriu oficialmente suas instalações na manhã deste domingo, dia 09

Há um mês como funcionário do grupo, José Osvaldo, que é solteiro, mas tem um filho de 10 anos, já vislumbra um futuro melhor. “Trabalhava em empregos temporários, mas agora com minha carteira assinada posso pensar em adquirir algum bem e garantir um futuro para meu filho”, disse ao afirmar que está muito satisfeito com o novo emprego, onde pretende passar “pelo menos os próximos cinco anos”, conforme previu.

Para o ajudante de pedreiro, Sérgio Antônio Souza Santos, de 30 anos, a chance de trabalhar com carteira assinada representa um sonho realizado. “Quando a gente trabalha na informalidade não é ninguém, a gente não tem crédito para comprar em lugar nenhum, não pode ter conta no banco. Agora as coisas vão melhorar muito para mim”, afirmou o rapaz, que há 15 dias foi contratado pela Usina Campo Lindo. Casado e pai de um menino de um ano, Sérgio Antônio agora espera ver sua esposa ser chamada também para trabalhar no grupo. “Já entreguei o currículo e espero que ela tenha a mesma sorte”, disse.

O empreendimento

Com um total de investimento aproximado em R$ 150 milhões, dos quais cerca de 80% financiados pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB), a Usina Campo Lindo vai produzir diariamente 600 mil litros de álcool e 30 MWh de energia. “Em 2009 estaremos produzindo 600 mil toneladas de cana e no ano seguinte esperamos chegar a um milhão de toneladas”, afirma o empresário Carlos Alberto Vasconcelos, proprietário da Agroindustrial.

Com modernos laboratórios, área para a moenda da cana, refeitório, ambulatório médico, escritório para a diretoria e casas para os colonos a Usina Campo Lindo tem a firme pretensão de tornar-se referência na geração de bionergia para o Brasil. No empreendimento será utilizada a mais avançada tecnologia existente no mercado para a produção de álcool e energia elétrica.

Motores elétricos e redutores planetários para acionamento das moendas, sistema de tratamento de água para caldeira com osmose reversa, tratamento de caldo e automação de todo o processo de fabricação, inclusive do carregamento de álcool serão alguns dos recursos utilizados na nova unidade industrial que terá capacidade de moagem de 1 milhão e 200 mil toneladas de cana por safra.

Incremento industrial

Graças ao trabalho que vem sendo realizado pela equipe de governo, somente entre os anos de 2007 e 2008, 21 novas empresas incentivadas pelo PSDI foram implantadas em Sergipe nos ramos de indústria, hotelaria e serviços, gerando juntas 1.162 empregos diretos. Os investimentos somam R$ 90,8 milhões e as unidades foram implantadas na capital e principalmente em municípios do interior de Sergipe.

Além disso, outros 79 projetos foram apresentados ao Conselho de Desenvolvimento Industrial (CDI) e atualmente estão com sua implantação em andamento, em análise, ou com projetos já aprovados e no aguardo da implantação para gerar mais de 4.400 empregos em todo o Estado. Outras cinco indústrias já implantadas em Sergipe vão passar por ampliação de seu parque a fim de gerar 1.020 novos postos de trabalho.

“A política de incentivos do Governo do Estado contribui decisivamente para viabilizar a implantação de novas indústrias como a Campo Lindo, que marca uma nova era da indústria sucro-alcooleira sergipana, gerando centenas de empregos diretos no interior, em resposta à orientação do governador Marcelo Déda de interiorizar a atividade econômica hoje concentrada na região metropolitana de Aracaju”, enfatiza o secretário do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia, Jorge Santana.